Novembro, século XXI, 2010. Minha amiga liga de
Alicante. Está em férias, eu a substituo, em seu trabalho, deseja saber
se está tudo bem, digo que fique tranquila, tenho dado conta e que
aproveite sua estada na Europa. Ela me descreve a emoção da Itália, onde
passou umas duas semanas, com o novo namorado, um inglês que vive no
sul da Espanha. Conta sobre Veneza, Milão, Florença, Gênova e Roma. Diz
que chorou ao ver o Coliseu, tanta história, sensibilidade humana,
fala do quanto se lembrou de mim pois tem certeza de que eu vou adorar
aqueles lugares. Respondo-lhe que irei, brevemente. Pergunto sobre o
novo amor. Ela vibra, tem na voz a inquietude adolescente de uma mulher
de 50 anos, e o chama ao telefone para que eu repita o que acabei de lhe
dizer: Bring him with you to Brasil! Ele me ouve, rapidamente, diz que
virá passar aqui o ano novo, quer conhecer o país da sua amada, também
transmite o som dos enamorados no tom melodioso que o amor imprime à voz
humana.
Tenho testemunhado amores, meus e dos outros, vida afora. Vibro sempre. Afinal, amar é um prêmio que nos é oferecido na existência, quando somos capazes de doar, oferecer, admirar, compartilhar, colocar-se ao lado, torcer a favor, dividir as agruras, comemorar as vitórias, padecer as dores, acumular energias positivas para usá-las nas horas difíceis.
Lembro então de uma canção, estilo guarânia , intitulada,quando vivas comigo, interpretada pelo espanhol Julio Iglesias. Um homem de cabeça branca que promete oferecer juventude a uma mulher pela qual está apaixonado. Oferece aulas de amor, para aquela que poderá aprender com ele a querer como nunca soube fazê-lo antes, diz que seu amor sem o amor dela nada vale, vai ensiná-la os segredos do amor, quando viverem juntos. Singela, simples, direta, preciosamente afetiva, traduz o cerne das promessas de amores cheios de esperança.
Quantas vezes terei ouvido promessas semelhantes? Ainda bem que as ouço, de vez em quando, no limiar do tempo passado e na doçura do tempo presente, de bocas sedentas de carinho, talvez mergulhadas na ilusão do amor perfeito, aquele que não chega nunca.
Mas, os amores que vem e vão, as tais aves de verão, os sentidos universais de bem estar e carinho, estes são reais, vibram nas vozes dos apaixonados, repercutem nos peitos dos enamorados, reverberam nas vozes dos presenteados por momentos inesquecíveis, os tais instantes de amor, que vivem contigo, comigo, conosco, com nossos amigos e amigas, lá no fundo dos seus corações, no âmago das suas almas, na emoção mais profunda dos monumentos históricos onde é possível chorar ao ver como o ser humano é capaz de ultrapassar milhares de anos, séculos de impérios , como foi o romano, o grego, o inca, centenas deles, com uma vertente que os sustentou, a sede de conquistar espaços físicos e emocionais.
O amor, este sempre esteve, está e estará, no pano de fundo que enseja a busca da realização humana. Estou feliz com a felicidade da minha amiga e do seu novo amor.
Ouço a música, imbuída da certeza de que, quando vivas comigo, saberás o que posso ensinar, mas eu também, decerto, aprenderei a ser menos egoísta, a ter a contemplação dos sábios, e trocaremos flores em lugar de farpas, brindaremos a luz do sol ao invés dos clarões das bombas, abraçaremos nossos corpos luminosos , apesar da morte.
Maria Aparecida Torneros
Tenho testemunhado amores, meus e dos outros, vida afora. Vibro sempre. Afinal, amar é um prêmio que nos é oferecido na existência, quando somos capazes de doar, oferecer, admirar, compartilhar, colocar-se ao lado, torcer a favor, dividir as agruras, comemorar as vitórias, padecer as dores, acumular energias positivas para usá-las nas horas difíceis.
Lembro então de uma canção, estilo guarânia , intitulada,quando vivas comigo, interpretada pelo espanhol Julio Iglesias. Um homem de cabeça branca que promete oferecer juventude a uma mulher pela qual está apaixonado. Oferece aulas de amor, para aquela que poderá aprender com ele a querer como nunca soube fazê-lo antes, diz que seu amor sem o amor dela nada vale, vai ensiná-la os segredos do amor, quando viverem juntos. Singela, simples, direta, preciosamente afetiva, traduz o cerne das promessas de amores cheios de esperança.
Quantas vezes terei ouvido promessas semelhantes? Ainda bem que as ouço, de vez em quando, no limiar do tempo passado e na doçura do tempo presente, de bocas sedentas de carinho, talvez mergulhadas na ilusão do amor perfeito, aquele que não chega nunca.
Mas, os amores que vem e vão, as tais aves de verão, os sentidos universais de bem estar e carinho, estes são reais, vibram nas vozes dos apaixonados, repercutem nos peitos dos enamorados, reverberam nas vozes dos presenteados por momentos inesquecíveis, os tais instantes de amor, que vivem contigo, comigo, conosco, com nossos amigos e amigas, lá no fundo dos seus corações, no âmago das suas almas, na emoção mais profunda dos monumentos históricos onde é possível chorar ao ver como o ser humano é capaz de ultrapassar milhares de anos, séculos de impérios , como foi o romano, o grego, o inca, centenas deles, com uma vertente que os sustentou, a sede de conquistar espaços físicos e emocionais.
O amor, este sempre esteve, está e estará, no pano de fundo que enseja a busca da realização humana. Estou feliz com a felicidade da minha amiga e do seu novo amor.
Ouço a música, imbuída da certeza de que, quando vivas comigo, saberás o que posso ensinar, mas eu também, decerto, aprenderei a ser menos egoísta, a ter a contemplação dos sábios, e trocaremos flores em lugar de farpas, brindaremos a luz do sol ao invés dos clarões das bombas, abraçaremos nossos corpos luminosos , apesar da morte.
Maria Aparecida Torneros
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