sábado, 6 de setembro de 2014

Magia, mistérios e interrogações, depois de ver o filme de Woddy Allen




Um mundo de magia e um universo de mistérios.  Os dialogos criados para as personagens do filme Magia ao Luar, pelo cineasta Woody Allen, traz, com a belíssima atmosfera do final dos anos 20, no sul da França,  uma sucessão de interrogações que céticos e religiosos sempre fizeram e continuarão a fazer ao longo dos séculos. 
A tal racionalidade lógica treinada e aperfeiçoada pelos mágicos profissionais que elevam seus truques às esferas do inacreditável,  de repente, sem aparente motivo, sucumbe ao impulso emocional incontido de um amor que brota intempestivamente.
Depois de ver o filme, admirável conjunto de conceitos, interpretações e direção,  busquei, no fundo de mim, as ilusões que dão mesmo sentido à vida, seja ela qual for, e me perguntei sobre a comodidade mansa que a incerteza oferece a cada um de nós. 
Aplaudir o mágico que esconde no palco um imenso elefante, é um ato de rendição ao também imenso truque da passagem de cada vida pelo mundo de milhões de astros.
Um velho observatório cuja cúpula se abre depois da chuva,  pode mostrar o que nossos olhos alcançam ver ou nos permite testemunhar os efeitos da grande magia sob a lua minguante. Um truque de luz, sombra, Terra, Lua e Sol.
Mas nenhum de nós jamais escapou ou escapará dos efeitos que a ilusão nos causa. Sonhos sao um prêmio. Sob a aura da ilusão, nasce a paixão,  cresce o amor, se estabelece o presente, se planeja o futuro, se vive em busca de aplaudir os misteriosos truques que, se forem desmascarados, nos roubarao a alegria.
O mágico é feliz porque nos engana. Somos felizes porque nos deixamos enganar. Segredos ou respostas que esclareçam as razões de tudo podem ser somente um grande desalento. Perguntas sem respostas talvez sejam o melhor dos desafios para a mente humana e o mais puro sentimento que flua da alma de cada ser vivente.
Decidir esconder elefantes é como resolver aplaudir seu enigma interior. Isso, Woody Allen, traz, mais uma vez, para a tela, e só nos cabe aplaudir.
Cida Torneros



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