quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Oswaldo Montenegro - Quando a gente ama

No dia dos Amantes...algumas reflexões...‏

Era quase meio dia e a taxista jovem (cerca de 30 anos) veio me pegar. Eu tinha que ir à dentista, uma jovem senhora que por acaso é minha prima e que me cuida há décadas... A motorista foi puxando conversa, quando vi, ou melhor, quando ouvi, ela estava me contando que tem um segundo marido e um filhinho do primeiro casamento.

De repente, me confidenciou que o segundo é bem melhor que o primeiro, mas como todos os homens, tem defeitos...ela emendou, e declarou...- "fomos amantes, primeiro, ele era casado e eu também...resolvemos nos separar dos nossos ex e estamos morando juntos há um ano"...


Pensei e falei: então, estão em lua de mel ainda! Ela riu, enquanto me conduzia por um trânsito pachorrento digno de uma quinta-feira nublada que devia anunciar a primavera...mas se mostrou friorenta e pálida.

A linda e falante condutora considerou que na fase de "amantes", tudo parecia melhor, que ela julgava o atual companheiro antes, se mostrou como um ser independente.

-E agora? perguntei...sua resposta veio direta, firme, contundente e conclusiva...- "Agora, ele virou meu filho...Cuido dele!"


Chegamos ao destino, paguei a corrida, desejei-lhe felicidades, fui para a minha consulta, porém ficou guardada em mim a sensação incômoda de que o Amor dos Amantes pode ser bem mais uma idealização do que uma realidade... deixei pra lá e segui meu dia...

Agora, quando a noite começa a cair, descubro que hoje se comemora o dia dos Amantes...ri, sozinha, por não ter percebido antes o que talvez aquela moça já soubesse, e não me contou sobre a data, o que poderia justificar sobre a necessidade de contar sua tragetória de intimidade afetiva, sua busca por um amor de homem que não virasse mais um bebê dependente, como ela descreveu.

Claro, estou a rememorar os amores de amantes apaixonados, célebres, históricos, na literatura, na música, no cinema. Tento enquadrá-los na vida comum da gente que é assim, simples, direta, resolvida, que sai por aí à espera de encontrar o tal "love" da imaginação cultural, do sonho cinematográfico, da realização além da imaginação.

Vou desfiando histórias minhas próprias, em que sempre identifiquei um ponto de mutação, aquele pontinho nefasto, exatamente o instante em que se olha para o outro ser e se consegue ver que ele não é exatamente como se espera ou se deseja ou se idealiza que seja...

Lembrei que nessas horas, nós , as mulheres, temos bastante jogo de cintura, e nos defendemos, ou, mentindo pra nós mesmas e tentando mais um tempo, num processo de "vamos ver se ele melhora", ou de "quem sabe, ele amadurece e muda".

Identifiquei situações onde eles se fragilizam e se curvam, edipianamente, a uma condição fatal de meninos grandes buscando o colo das mães com quem podem dormir e dividir a cama, sem censura. Pensei que esse acordo tácito ou implícito é o mote constante de milhões de casais do mundo, que convivem ou conviveram driblando suas relações nos seus nevrálgicos altos e baixos, superando crises, num bate e volta, casa-separa, briga e reconcilia, que a muitos, faz bem, a outros, desgasta, e aos que refletem demais, se arriscam a "melar"  a relação...


Quando se pensa demais em coisas tão sentimentais,  é como temperar com sal e pimenta o que deveria ter sabor doce e delicado.

Quando se ama, deve-se  sentir, sentir e sentir... sei que isso não é uma lei, mas deveria...a cada reflexão racionalista e cartesiana, o amor balança nas considerações materialistas, o amor se espreme nas alucinadas instâncias do poder, o amor se perde nos conceitos de estatus social ou de nível de escolaridade, e os amantes se tornam pensantes.

Os grandes e melhores amantes podem parecer aqueles que transgridem, os que enlouquecem, os que põem a lucidez de lado e se jogam de corpos e almas no sentimento apaixonado e irrefreável.

Os amantes eternos morrem de vez em quando. Mas também renascem nos sonhos de muitos outros novos amantes.

Os felizes amantes não se importam com estigmas de se parecerem "filhos", bebês, de se chamarem por apelidos escolhidos na doidice que lhes permite sair do dia-a-dia e brincar de amar.


Apenas, refleti um pouquinho sobre o tal dia dos amantes, que pode ser o dia de pessoas que conservam o dom de oferecer o coração a quem lhes dá em troca, tanto faz, pode ser o coração também, além do corpo...ora, se pode!  


Cida Torneros 

Oswaldo Montenegro - Bandolins

Oswaldo Montenegro - Intuição

Oswaldo Montenegro - Cigana

Drop's de Hortelã - Oswaldo Montenegro e Glória Pires

ROBERTO CARLOS & GLÓRIA PIRES - COISAS DO CORAÇÃO 1988 - HD

Roberto Carlos & Erasmo Carlos _ Sentado á Beira do Caminho

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Mario Lanza - Parlami d'Amore Mariu

ELVIS PRESLEY - TORNA A SURRIENTO

Elvis Presley - Santa Lucia

Elvis Presley - Woman Without Love

Andrea Bocelli on American Idol

Amore mi Sbagliai - Roberto Carlos

Roberto Carlos - Não se afaste de mim (1981)

INCREDIBILE MISTERO SU CATANIA SVELATO DA GOOGLE EARTH

Catania Sicily - Italy

Catania, città unica al mondo!

catania figghiozza d'o patri eternu

Venecia sin tí - Charles Aznavour

Veneza nos espera...em 2012 (escrevi em maio, Enzo, bem antes de te conocere e de tu invitacion!)


Há séculos, Veneza sobrevive, com símbolos que remetem a amores eternos e passionais como o de Romeu e Julieta. Através das suas histórias de carnavais mascarados, de intenso mercantilismo e trocas de produtos medievais, deixando-se levar pelo vagaroso traçado de gôndolas por entre seus canais, Veneza ultrapassa  festivais de cinema, reorganiza mentalidades, cristaliza sonhos de paixões avassaladoras, cenas de lua de mel, magias de casais que a ela recorrem com esperanças de momentos inesquecíveis.

Considerada a cidade mais romântica   do mundo, é cenário de turismo afetivamente compartilhado por  pessoas de todos os lugares do planeta, que sonham pelo menos ir a Veneza, um dia durante toda a vida.
Ela nos espera, pacientemente, afundada, dizem os experts, em problemas ambientais graves, mas com  seus ares de soberba inconsequencia para estudiosos do seu planejamento urbano inconcebível para os  séculos  XX e XXI.

Mesmo assim, Veneza não perdeu o glamour. Com certeza, eu a incluirei numa próxima viagem a Europa, esperando encontrar alguém especial que a valorize como eu. Um mago da   idade Média estará,por essas  horas a movimentar seus pendores extra-sensoriais e decerto premedita os instantes em que a Veneza lendária se livrará do estigma de ter sobrevivido sem nós, por tantos séculos.

A  cidade viverá  então um renascer de possibilidades, já que abriga saudosas lembranças, e há, no  seu entorno, a mescla possível quando se mistura realidade e fantasia,  nossa presença encherá de alegria a tal Veneza que parece triste.

Assim foi cantada tantas vezes, por Charles Aznavour, quando alguém volta a ela, solitário e nostálgico. “Venezia sin ti ” é o titulo da famosa canção em espanhol, apontando para o fato de que estar naquela cidade italiana recordando alguém, deve ser mesmo uma tortura emocional, uma prova de fogo ou a suprema sensação do abandono.

Chegar a Veneza como a personagem Rosalba, do filme Pão e Tulipas, fugindo da vida cansativa de dona de casa  incompreendida pela família, e  extasiar-se com a manhã na Praça s. Marco, traduz  o  encantamento que a cidade  tão antiga e tão misteriosa nos oferece.

Entretanto, a Veneza inconfundível pela alegria do seu carnaval que, a nu, é mesmo tão vestido quanto se oculta em castelos de velas mágicas, e age,  no amor, sob o feitiço de máscaras de renda e plumas, com tantas inquietações,  esta é infestada de expectativas.

Suas construções nos indagam, posso ouvir : – como Veneza sobrevive ainda, sem eu e sem ti?
Logo estaremos juntos, ali, para proclamar a emoção dos que transformam sonhos em realidade, assim como eu e como tu, cavaleiro solitário que me fará a corte, cópia fiel  dos velhos tempos. Eu e tu, em Veneza, finalmente, juntos.
Cida Torneros