quarta-feira, 14 de maio de 2014

Femme...

Ser fêmea, em questão de sentidos, é um apanhado de singularidades, emoções, e nem está, definitivamente, atrelado ao gênero, mas ao comportamento e ao sentimento. Um gay ou um hetero, um ser pode ser feminino, independente do sexo que tenha nascido. No mundo, em culturas diversas, o feminino tem passado por opressões e preconceitos, estereótipos e muitos desenganos. Mas, a garra de sobreviver em valores e conquistas, traz para as mulheres e seus afins, a soberania de somar o maior dos seus amores, o Amor à sua própria feminilidade. Amar-se é o passo maior, a chave de seu estar no mundo, a causa de poder doar aos filhos, amigos, carreiras, profissões, etc, com requintes de solidariedade ou disposição para embates, disputando lugares e espalhando luzes. Muitas vezes, mesmo em momentos de derrota, as criaturas de caráter feminino, sabem que precisam reinventar-se e trocar de pele até, radicalizar em posturas ou aparência, ousar transformar-se para que as reconheçam. Ser amadas, elas sempre sonham, de verdade, por parceiros/parceiras que as respeitem e compreendam. Nem sempre é fácil conseguir ou ter a sorte de cruzar com alguém civilizado o bastante para trocar experiências de vida com dignidade, sem posse, sem cobranças, por amizade e afetos verdadeiros. Solidões se sucedem mas uma fêmea autêntica reconhece em si mesma o quanto é guerreira e pode renunciar em nome do seu amor próprio. Questão de intensidade íntima, avaliar que há na feminilidade um misterioso caminho de superação, à custa de batalhas diárias, de rastros de humilhação para certas situações, mas de grandes vitórias quando se olha pra trás, e, apesar dos abandonos, traições, decepções, esquecimentos, desrespeitos, a gente se percebe viva, tão viva e tão fêmea, com as rugas da maturidade a nos enfeitar os olhos com que expiamos culpas ou nos livramos delas, observando o mundo que recriamos. Femininas esperanças se renovam em almas assim, desbravadoras, que não se acomodaram com os modelos que tentaram lhes enfiar goela abaixo. Cida Torneros

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