O tal amor arrebatador, movido a gás novelesco, hollywoodiano ou espiritualista, existe muito mais na imaginação do que no dia a dia dos mortais. Entretanto, não há porque negar sua impulsividade, a tal chama que inflama enredos personalistas, criando mitos de amantes cultuados, invejados, admirados ao longo dos séculos.
Amores que florescem em criaturas sensíveis podem ser sua redenção ou seu infortúnio, sempre foi assim, e, ao se buscar equilíbrios nas coisas do amor, a temperatura baixa e uma rotina de mesmices o faz perder a graça.
Lendas precisam de loucuras para estimular sonhos inimaginaveis, há que se estabelecer dimensoes desconhecidas onde campeiem ilusões, capitulos desconhecidos para novas e desafiantes histórias.
Viver por viver não é amar por amar. Amar com paixão, desatino, cabeça tonta, iludir-se, perder o prumo, dormir com a imagem do ser amado mesmo longe fisicamente, é o mínimo que um amante consegue controlar.
Não há como esquivar-se da dor de uma saudade ou do incômodo medo de perder o amor de alguém, tal qual um insano desejo aprisionador e, ao mesmo tempo, redentor, efeito de droga ou momentos de êxtase.
Só quem viveu , sentiu ou passou, lode avaliar o transe de um coração iludido pela paixão ou invadido pelo tal amor entre pessoas que se atraem, que sonham estar juntas, pegadas, agarradas, um sentimento tanto hormonal quanto irracional.
Pensar nisso sem resolver. Melhor sentir isso e embaralhar-se na fluidez de um rio que avança, carregando no seu leito um conjunto heterogêneo de aflicoes e prazeres.
Lendas, histórias, ilusões, os amores e as paixões acontecem. Nos cabe, com a devida humildade, atravessar suas fases e depois, se escaparmos, viver seus frutos, desfrutar suas lembranças ou seguir seus passos, se houver companheirismo, segurando mãos amadas, abraçando corpos aconchegados e ouvindo frases eternas que nos declarem o quanto nos amam até o último segundo de nossas vidas.
Cida Torneros
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