quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Sabemos mentir...



Nasceu entre nós uma brincadeira de faz de conta
eu fiz de conta que te amei, tu mentiste com muita classe...

Vivemos momentos tão felizes, cheguei a ficar tonta
de tanta felicidade entre nós, como se a vida nos iluminasse...

Houve instantes em que nossos olhos em doce afronta
se perderam um dentro do outro, num perfeito enlace...

Nem pudemos refletir sobre a mania de cada resposta pronta
que trazíamos na  história das nossas vidas, como um passe...

Tínhamos amores frustrados, em nossa história semi-pronta...
Modelos que ousamos repetir, embora isso não nos bastasse...

Mentimos para nós mesmos, na repetida ilusão  que monta
novo quebra-cabeças, xadrez exposto para que se jogasse...

Nem   perdemos, nem ganhamos, somente o empate aponta
o resultado de um sentimento forte, era como se eu te amasse...

Mas talvez tu também tenhas me amado,  um dia, na conta
de um envolvimento emocional incontrolado que te dominasse,

e no auge do  labirinto que  amor é capaz de enredar  cada alma,
eis que a distância nos separa agora, verdade e mentira, a calma,
o  plácido final de um caso, a lembrança de algum beijo doado,
a sensação de  que nem tudo foi perfeito, mas foi laureado,
com a esperança   dos solitários, buscando pares, amores, afetos,
agora, cá estamos, distantes e próximos, saudosos e quietos,
pois nada há mais a fazer nesta   história de mentirosos,
apenas nos resta  mentir mais uma vez...eu digo..."não mais te quero...
tu respondes, nunca te quis verdadeiramente, nem tive contigo amor sincero"...

Cida Torneros

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