Prefácio: Contra-ataque do amor
Quando Aparecida Torneros me pediu para que escrevesse o prefácio de seu segundo livro, imediatamente senti a responsabilidade desta tarefa.
Para estar à altura de prefaciar os contos e memórias desta jornalista, que na maturidade se tornara escritora, precisaria estar inspirado. Então, fui buscar a inspiração aonde deveria, lendo seus contos.
Que delícia! O desafio começara bem, no puro prazer de uma boa leitura. Profundo e ágil fui envolvido por um texto comovente que me transportou ao complexo universo feminino.
De um otimismo inteligente, corajosamente nos sugere poder viver intensamente amores, que mesmo não sendo indissolúveis, e talvez por isso mesmo, tornam-se patrimônios emocionais de quem os vive.
O vigor com que a autora se joga na vida, através de seus personagens femininos chega a ser contagiante, em que o pano de fundo parece ser “tudo vale a pena se sua alma não é pequena”.E quando isto acontece, mesmo as formas juvenis de amar ganha uma dinâmica poética que não nos remete ao tatibitati dos amores imaturos.
Ao contrário,nos abastece de um repertório rico, para corações sensíveis, femininos ou não, de qualquer idade.
Nesta paisagem vão aparecendo as Manoelitas , com inúmeras possibilidades, até mesmo de estar “cheia até os bagos” como seu avô ou qualquer macho que se preze.
Aparecem ainda, Marys e Marias, mulheres jovens , de meia idade, mulheres maduras e a velha senhora de sorriso esperto, aparecem as bruxas e as fadas, a santa dando assistência espiritual e a puta, a sexual.
Nestes contos Aparecida Torneros, com sua marca pessoal, qualifica ainda mais este livro de contos, tornando-o, até mesmo necessário. Tanto quanto “a mulher necessária” que acolhe suas necessidades para estar viva e vibrante, sempre disposta ao infalível contra-ataque do amor.
José Arruda
Psicólogo clínico
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